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Monografias

Daniela Martins Nigri. A ruptura do olhar dominante e o desejo lésbico. Uma experimentação cinematográfica, 2019.

O presente trabalho tem como objetivo discutir a representação lésbica no cinema a partir da relação espaço-tempo e a subversão do olhar. Serão realizadas análises dos filmes Eu, Tu, Ele, Ela (1974) de Chantal Akerman, Cool Hands, Warm Heart (1979) e Regras da Estrada (1993) de Su Friedrich, somadas à perspectiva feminista, para refletir como as expressões artísticas podem ocupar um lugar de ruptura com o estigma voyeur e fetichista. As narrativas fílmicas protagonizam o corpo e a subjetividade da mulher em embate direto com as zonas marcadas por relações de poder. Busco construir uma interlocução entre este cinema e os limites da alteridade e as questões expostas em “História da Sexualidade” de Foucault e “Problemas de Gênero” de Judith Butler. Além disso, procuro compreender a própria forma do fazer cinema autoral como um experimento do campo da liberdade.

Fernando Boechat Lessa. Debate autoral no cinema francês. Atravessamentos críticos e intelectuais nas décadas de 1950 e 1960, 2015.

O presente trabalho tem como tema o debate sobre o autorismo no contexto do cinema francês das décadas de 1950 e 1960 e sua interlocução transdisciplinar com os campos da crítica literária e filosofia. Para isso, utilizaremos como base alguns dos principais textos que suscitam o debate, sendo eles no cinema: “A câmera-caneta”, de Alexandre Astruc; “Uma certa tendência do cinema francês” de François Truffaut; “On the politique des auteurs” de André Bazin. E no campo literário e filosófico: “O livro por vir” de Maurice Blanchot; “A morte do autor” de Roland Barthes; “O que é um autor” e “a ordem do discurso” de Michel Foucault. É utilizado sempre um atravessamento entre a parte teórica e a utilização prática desta teoria, buscando mostrar não apenas que teoria e prática podem estabelecer um vínculo bem forte, mas também os modos que determinadas estéticas se utilizam para transmitir um pensamento. No caso específico deste trabalho, os diálogos se dão tanto entre polos de pensamento sobre a questão autoral quanto pelas práticas cinematográficas que lidam com este debate, a serem tratado aqui pelo núcleo duro da nouvelle vague e pelo Grupo Zanzibar.

Ana Clara Chequetti da Rocha Duarte. O cinema introspectivo de Éliane de Latour: a experiência da perspectiva do “outro” na antropologia visual, 2014.

Este trabalho pretende retomar questões fundamentais da obra da antropóloga cineasta Eliane de Latour através da construção da narrativa sobre exclusão e confinamento em três de seus filmes. A fabricação e concepção dos filmes estão diretamente associadas ao olhar que a autora lança sobre a Antropologia e o Cinema. Para Latour (1996), o filme etnográfico é fruto da relação estabelecida no campo, resultando de uma “lenta experiência humana e intelectual”. Assim, a partir da antropologia compartilhada, ela elabora um cinema introspectivo cuja proposta produz um saber específico e que lança questões epistemológicas à Antropologia quanto às posições do sujeito e do objeto e à relação imaginação/ficção e realidade/objetividade.

Marcelo Nunes da Silva. A etnoficção de Jean Rouch: personagens e trilha sonora em 'Eu, um negro', 2010.

A década de 1950 é significativa para a antropologia. Sob um processo de descolonização de alguns países africanos, há uma revisão nos paradigmas da antropologia cultural e social: antropólogos e cineastas se aproximam para debater arte e ciência. Dentre eles, Jean Rouch, que realizara em 1958 o filme Eu, um negro, um novo gênero de filme etnográfico que provocou polêmicas. Ao conceder a palavra ao outro e ao explorar o imaginário das pessoas em seu filme, Rouch rompe com a antropologia clássica, inovando-a. Hoje, a moderna antropologia o considera um filme emblemático. Aliando ficção e pesquisa etnográfica, Rouch aprimora a etnoficção realizada por Flaherty em Nanook of the North. Mas ao recorrer a mise en scène para contar a história de um grupo de jovens migrantes da Nigéria que tentavam arranjar algum dinheiro num subúrbio de Abidjã, o que se viu no filme resultou em críticas de antropólogos tradicionais como Lévi-Strauss. Ficção e realidade tomaram conta dos debates, e a polifonia e o compartilhar da pesquisa parecem ter sido as respostas mais apropriadas à etnoficção de Rouch. Esta monografia se propões a estudar dois elementos presentes em Eu, um negro: personagens e trilha sonora.

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